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segunda-feira, 26 de novembro de 2012

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

ARTIGO sobre "BAIRROS-JARDIM" na cidade de SÃO PAULO



Conceito de 'bairro jardim' completa cem anos em São Paulo 


   Bairros como o Jardim América, o Alto da Lapa ou o Pacaembu são um convite para um passeio peculiar na imensidão que se tornou São Paulo. Grande parte das ruas são sinuosas, verdadeiros labirintos para os menos familiarizados com a região.
  Mas o trajeto reserva um visual agradável: há uma casa por terreno e as calçadas, as praças e os quintais têm ampla área verde. Além disso, a ausência de pontos cegos nas esquinas -que em geral são arredondadas- dão mais tranquilidade (e segurança) a quem circula por lá.

  Esses bairros seguem a concepção de "bairro jardim", que teve origem no século 19, na Inglaterra, e se contrapunha ao modelo de cidades industriais, segundo Regina Maria Prosperi Meyer, professora da FAU-USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP).
No Brasil, o conceito foi inaugurado pela Cia. City, empresa que se instalou em São Paulo em 1912, um ano após sua fundação em Londres.
   Três anos após chegar à cidade, deu início ao Jardim América. Em parceria com a empresa canadense Light, levava energia elétrica e ônibus à região.
    Com o sucesso do empreendimento, a Cia. City urbanizou outros bairros, como o Alto da Lapa, o Alto de Pinheiros e o Pacaembu (ver quadro na pág. 6) e inspirou a criação de outros não gerenciados por ela, como o Cidade Jardim, o Jardim Europa e o Jardim Paulistano.
    Segundo José Eduardo de Assis Lefèvre, professor da FAU-USP, a Cia. City teve um papel importante na vida da cidade, porque introduziu um arranjo de disposição urbana de organizar lotes e ruas de forma harmônica com a topografia, voltada para criar ambientes agradáveis e pitorescos.
     Para Meyer, o modelo de bairros jardins são impróprios para a São Paulo de hoje. De acordo com ela, é necessário implantar ações e legislação de uso do solo que promovam a cidade compacta e densa, "dois conceitos que vão no sentido inverso do modelo urbanístico dos 'bairros City'".
    Mas associações de moradores discordam. Para elas, os bairros ainda são viáveis numa metrópole. "É o nosso Central Park à paulistana", diz o diretor-executivo da Ame Jardins, João Maradei. 




A praça Barão de Pinto Lima, no Alto de Pinheiros (zona oeste) passou por revitalização



Alto da Lapa também integra bairros urbanizados pela Cia. City




Alto de Pinheiros em 1939



Antiga casa na avenida Brasil, no Jardim América



Bairro Jardim América esbanja ruas arborizadas e terrenos grandes ocupados por casas, característica dos projetos da Cia. City



Calçamento da Rua Guadalupe no Jardim América (1929)



Casa tradicional do Jardim América, o primeiro a ser urbanizado pela City




Imagem aérea do Butantã




Imagem do bairro Butantã, na década 50



Lotes à venda na região do Pacaembu em 1926




Moradores dos 'bairros jardins', como o Jardim América (foto), reclamam de as ruas terem se tornado estacionamento de carros



O Jardim América, primeiro bairro urbanizado pela Cia. City, preserva características




Praça em imagem de 1950 no jardim América




Praça no Alto da Lapa em 1928




Região do Pacaembu foi alvo da urbanização da City; na foto, a avenida Pacaembu e movimento de carros




Rua Avanhadava passou por revitalização em 2006; projeto original de urbanização é da Cia. City




Rua Avanhandad, na região do Anhangabaú, em 1941



Ruas do Jardim América têm ampla área verde



Vale do Anhangabaú, em janeiro de 1943



Vista de 1941 da rua Pedroso de Morais, em Pinheiros