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domingo, 21 de julho de 2013

HISTÓRIA do FUNK - artigo

repasso um esboço de artigo que montei.
Wladimir Jansen Ferreira

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HISTÓRIA DO FUNK


     Tudo começa com a “Música Afro-Americana”, onde escravos africanos nos EUA faziam "músicas tribais" entre os séculos XVIII e XIX. Sob a influência de ritmos europeus e indígenas (apache), surgirão estilos como o “Ragtime” (século XIX) e o “Blues” (séculos XIX e XX) que eram rurais e o “Jazz” (desenvolvido no início do século XX, mas datado em meados do século XIX) que já era mais Urbano.

     O Ragtime é em formato de marchas, valsas e outras formas tradicionais de músicas, porém, a característica consistente era a sincopação.

     O Jazz se desenvolveu com a mistura de várias tradições musicais, em particular a afro-americana. Esta nova forma de se fazer música incorporava o “blue notes”, a “chamada e resposta”, a forma sincopada, a polirritmia, improvisação e notas com o “swing do ragtime”. Suas vertentes foram:

-Swing Music” (década de 1930), usualmente arranjado para grande orquestra dançante/Big Band.

-Bebop”: seu nome provém da onomatopéia feita ao imitar o som das centenas de martelos que batiam no metal na construção das ferrovias americanas, gerando uma "melodia" cheia de pequenas notas. As melodias ágeis e velozes do seu estilo musical se assemelhavam ao som produzido pelos martelos nas obras das ferrovias.

-Latin Jazz” (destaque entre 1950 e 1960): influenciado por ritmos africanos e da América Latina, dos quais se destacam a salsa, merengue, songo, son, mambo, timba, bolero, charanga e o cha-cha-chá.
-Jazz fusion” (anos 1970): mistura do jazz com outros gêneros, particularmente rock 'n roll, funk, rhythm and blues, bossa-nova, etc.
    O Blues é oriundo do sul dos EUA com os escravos africanos nas fazendas de algodão, que cantavam para embalar suas intermináveis e sofridas jornadas de trabalho. Derivará deste vários ritmos como o Country blues ou rural blues (o mais antigo gênero do blues), o Boogie Woogie, o Rhythm and Blues e a Soul Music.
-Country blues ou rural blues mais lento e mais antigo foi o “Delta Blues” e o mais rápido foi o Piedmont Blues”. Derivará daí a música country e o o rock and roll.
-Boogie Woogie é caracterizado pelo uso sincopado da mão esquerda ao piano. Foi muito popular entre os negros nos anos 30 e anos 40 nos Estados Unidos. Derivará daí o rock and roll (que também sofreu influências da música gospel, do rhythm and blues, do soul e da música country).
-Rhythm and Blues era uma versão negra de um predecessor do rock, foi fortemente influenciado pelo jazz, particularmente pelo chamado jump blues assim como pelo gospel. Atualmente é utilizado para se referir a um subgênero com influencias de soul e funk na música pop. No Brasil foi também chamado de “charme” na década de 1980. Derivará daí o rock and roll e o funk.
-Soul Music (fim dos anos 1950): Importante destacar a “Soul Music” que não possui uma forma específica, pois tornou-se uma referência da música dos negros, independente de gênero. Este combina elementos de música gospel e rhythm and blues. O termo soul já era usado nos Estados Unidos como um adjetivo usado em referência ao afro-americano, destacando que o contexto social e político eram de reivindicação dos direitos sociais e civis principalmente dos negros. A apresentação da música soul é emotiva; a melodia é bem ornamental misteriosa ornamentada e com improvisações, rodopios corporais do(a) cantor(a) e efeitos sonoros dos instrumentos. Os ritmos pegam facilmente, acentuados com o bater de palmas e os movimentos plásticos da coreografia são detalhes importantes. Outras características estilísticas importantes são as perguntas e respostas entre o cantor solista e o grupo coral, no estilo responsorial, e uma interpretação dramática do vocalista principal.
    O Funk (final da década de 1960 e começo da década de 1970) se originou a partir da Soul Music, com o James Brown (os 2 primeiros funks da história foram "Papa's Got a Brand New Bag"  e "Outta Sight"). Tem uma batida mais pronunciada e algumas influências do Rhythm and Blues, Rock e da Música Psicodélica. As características desse estilo musical são: ritmo sincopado, a densa linha de baixo, uma seção de metais forte e rítmica, além de uma percussão (batida) marcante e dançante. 
    A partir do final dos anos 1980, com a disseminação dos samplers (partes de antigos sucessos de funk) começaram a ser copiados para outras músicas e começasse a se utilizar tecnologias como “caixas de ritmos e sintetizadores e efeitos sonoros eletrônicos”, que gerarão novos ritmos. Tais ritmos se tornaram combustível para o “rap”, a “house music”, o “funk-metal/funk rock” (de Red Hot Chili Peppers, Primus e Faith No More), a “discomusic”, o “eletrofunk” de Africa Bambaataa/Sugarhill Gang/Soulsonic Force (que sofreu influências do “Techno” de Kraftwerk, derivando para o “Miami bass” e o “Freestyle”, que depois levarão ao “funk carioca” e ao “rap”).

    No Brasil o funk e a “soul music” existem desde os choros de Pixinguinha na década de 1910 (que sofreu influências do jazz), passando pela bossa-nova das décadas de 1950-60 e por músicos como Wilson Simonal, Tim Maia e Jorge Bem. Sob as influências do funk, surgirão outros ritmos no Brasil, como o “samba-rock”, o “rap”, o “funk carioca”, etc.

    O derivado do funk mais presente no Brasil é o “funk carioca”, que surgiu na década de 1980 e foi influenciada Miami Bass (originário da Flórida, que dispunha de músicas erotizadas e batidas mais rápidas) e do “Freestyle”. O “funk carioca” fazia versões aportuguesadas de famosas músicas estrangeiras, chamando-as de “melôs”. Podemos destacar as versões de muitas músicas de Stevie B, Corell DJ, Milli Vanilli ("Girl You Know it´s True" n“Melô da verdade”), Pretenders (“Back on The Chain Gang" na “Melô do neném”), Tag Team  ("Whoomp! There It Is" na "Uh Tererê"), etc. Na década de 1990, o “funk carioca” se populariza nas periferias do Rio de Janeiro com bailes funk que começaram a atrair muitas pessoas. Inicialmente as letras falavam sobre drogas, armas e a vida nas favelas, posteriormente a temática principal do funk veio a ser a erótica, com letras de conotação sexual e de duplo sentido. O “funk carioca” é bastante popular em várias partes do Brasil e no mundo, sendo quem em São Paulo/Baixada Santista o cenário é muito forte com letras que pregam a ostentação, o luxo e o consumo.

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