Existem algumas mentiras,
que se repetidas à exaustão, tornam-se verdades-absolutas. Isto ocorre quando a
mídia burguesa afirma que a corrupção atual é a maior da História do Brasil e
quando outras pessoas falam que na época da ditadura militar (1964-85) não havia corrupção.
Repasso o artigo de Jasson
de Oliveira Andrade (https://humbertocapellari.wordpress.com/2013/02/18/ainda-a-corrupcao-e-a-ditadura-militar-por-jasson-de-oliveira-andrade/):
O assunto sobre a corrupção e Ditadura
Militar ainda não está esgotado. A imprensa, escrita e falada, afirma que a
corrupção atual é a maior da História do Brasil. Com
essa crítica, uma pequena parte de brasileiros, decepcionada, deseja a Ditadura
Militar com a finalidade de combater os corruptos. No entanto, a corrupção no
tempo da Ditadura Militar era infinitamente superior, como irei mostrar.
O
jornalista e escritor J. Carlos de Assis escreveu três livros, no final da
Ditadura Militar, em 1984, mostrando os escândalos desse período. Um deles, o
mais famoso, “A Chave do Tesouro, anatomia dos escândalos financeiros no
Brasil: 1974/83”, revela essa corrupção. Alguns capítulos: Caso Halles, Caso
BUC, Caso Econômico, Caso Eletrobrás, Caso UEB/Rio-Sul, Caso Lume, Caso
Ipiranga, Caso Aurea, Caso Lutfalla (família de Paulo Maluf, marido de Sylvia
Lutfalla), Caso Abdalla, Caso Atalla, Caso Delfin, Caso TAA. Cada “Caso” é um
capítulo. Por este motivo, é impossível detalhar esses escândalos financeiros,
que trouxeram prejuízos inimagináveis à Economia daquela época!
Em
outro livro, “A dupla face da Corrupção”, também em 1984, J. Carlos de Assis
revela: “A censura (sic) da era Médici manteve o submundo da economia tão longe
da curiosidade pública como as masmorras sombrias da repressão política. (,,,)
Esta era uma atmosfera particularmente favorável ao apaniguamento (sic) e à
proteção econômica e administrativa dos amigos do regime (…) Foi à sombra desse
período obscurantista que a maioria dos arrivistas e aventureiros do mercado,
esgueirando-se por essas omissões originais da lei ou pelos espaços abertos por
sua deformação propositada (sic), penetrou no sistema financeiro e nele
engordou seus conglomerados fraudulentos (sic), para explodir posteriormente em
escândalos”, acrescentando: “Vários grupos de aventureiros e de gangsters de
gravata (sic) foram postos na engorda junto aos cofres públicos (sic), com total
contemporização e cumplicidade da autoridade administrativa”.
Adiante
o escritor comenta o escândalo da Corretora Laureano, em 1976, fazendo essa
estarrecedora denúncia: “Seu dono, contudo, precavidamente, havia lastreado
suas ousadas operações num ativo intangível de valor incalculável nas
circunstâncias: a amizade com o Ministro-chefe da Casa Civil, o condestável do
governo Geisel, General Golbery do Couto e Silva. A relação estava selada, além
disso, por um contrato de trabalho do filho de Golbery como diretor da
Corretora (sic). E o General não tinha maiores constrangimentos éticos (sic) em
encaminhar seu amigo às boas graças de algum colega de Ministério, em especial
o que detinha as chaves dos cofres públicos, o Ministro da Fazenda Mário
Henrique Simonsen”. Na página 85, outra denúncia grave: a compra pela
Coroa-Brastel (uma empresa que também fazia parte do escândalo financeiro) da
Metalúrgica Castor: “A Metalúrgica era propriedade do banqueiro de bicho Castor
de Andrade, em sociedade com Osório Pais Lopes da Costa, sogro do Johnny
Figueiredo, filho mais velho do Presidente da República (na época em que o
livro foi publicado, 1984, o General João Figueiredo era o Presidente).
No
ambíguo depoimento, Paim [dono da Coroa-Brastel] relata que foi contatado por
Álvaro Leal em outubro de 1982. O consultor lhe teria dito que a Metalúrgica
estava para quebrar e lhe sugeria comprar a empresa. “atendendo a um pedido do
Chefe” (sic) – o próprio Presidente, no caso. Ele receberia por isso as
“compensações devidas” , através do Banco do Brasil (sic)”. Era uma empresa
suspeita comprando outra falida “atendendo o pedido do Chefe”! O escritor foi
corajoso ao fazer essa denúncia contra o General-Presidente em plena Ditadura
Militar, mesmo que nesse ano, 1984, o regime estava mais brando!
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