A assembleia constituinte francesa decretou que uma bandeira vermelha seria colocada nos cruzamentos das ruas para mostrar que as manifestações públicas, desde então, estavam proibidas e que a polícia deveria intervir a qualquer momento. No processo revolucionário, a burguesia francesa foi pouco a pouco se apossando do movimento em seu proveito, excluindo as classes populares dos poderes de decisão.
Foi então que no dia 17 de julho de 1791 milhares de parisienses se reuniram no Campo de Marte para exigir a destituição definitiva do rei Luís XVI. O prefeito de Paris, Bailly, mandou içar no alto uma grande bandeira vermelha, para que não restasse dúvida de que o povo devia se manter longe das ruas. Mas o povo tomou a praça e a polícia investiu contra os manifestantes, matando mais de 50 pessoas.
Por causa disso, numa “surpreendente inversão” simbólica, diz Pastoreau, a mesma bandeira vermelha que era usada para impedir que o povo francês se manifestasse, lavada desta forma pelo “sangue desses mártires”, passou, desde então, a ser o emblema do povo oprimido e da revolução em marcha. “A bandeira vermelha, diz um dos revolucionários franceses, além de ser um símbolo da miséria do povo também é um sinal de ruptura com o passado”. A partir deste episódio passou a ser usada por todos os movimentos e partidos que reivindicam a luta social e o socialismo.
Fonte: Michel Pastoreau, A história das cores
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