O NAZISMO NÃO ERA
DE ESQUERDA!!!!!!
Wladimir
Jansen Ferreira
A paranóia atual da direita é dizer que o “nazismo
era de esquerda”. As insanidades começam ao dizer que o nazismo era socialista
por ter “socialista” no nome de seu partido “Partido Nacional Socialista” e
pelo fato de A. Hitler defender um Estado controlador/intervencionista.
Hitler era populista e oportunista,
aproveitando-se politicamente do nome "socialista” para chegar às massas.
O discurso dele era bem parecido com pessoas como Olavo de Carvalho (discurso
da ética, preconceitos, conspirações, etc). O socialismo ao qual o nazismo se referia era o
socialismo para a raça ariana, mais isto não era socialismo, era racismo, etc.
Mesmo
incorporando elementos comuns tanto da direita política quanto da esquerda
política, o nazismo é considerado de extrema direita. Era uma combinação de
várias ideologias e filosofias centradas principalmente no nacionalismo, no
anticomunismo e no tradicionalismo.
Hitler não
era nem um pouco "socialista" (sobretudo nos moldes marxista, o "socialismo científico"), pois perseguiu e matou milhões de socialistas (tal
como judeus, ciganos, islâmicos, estrangeiros, negros, deficientes, etc). Hitler
dizia que o termo "socialista" era uma palavra de origem alemã,
correspondente a um modelo ideal de terras semicoletivas, semiprivadas, que
existia entre os antigos povos germânicos do 1º Reich, e afirmava que Karl
Marx, um judeu, havia roubado essa palavra para sua teoria subversiva, o
comunismo. Foi justamente para diferenciar a sua proposta de novo modelo de
sociedade do "socialismo primitivo", que Marx criou o termo comunismo (enquanto
estágio pós-socialista). Hitler defendia o retorno ao socialismo germânico do
1º Reich. Assim, na Alemanha, havia uma disputa retórica e linguístico-formal
entre nazistas e comunistas, em torno do uso e do significado do termo
"socialismo" na língua alemã.
As três
passagens a seguir mostra um pouco do oportunismo nazista nas palavras do próprio
Hitler:
A Alemanha e a Rússia [bolchevista] se
completam de maneira maravilhosa. Elas são feitas verdadeiramente uma para a
outra. (Adolph Hitler, apud Hermann Rauschning, Hitler m´a dit, Coopération,
Paris 1939, p, 154).
Meu socialismo é outra coisa que o marxismo.
Meu socialismo não é a luta de classes, mas a ordem (...). Eu vos peço que
leveis convosco a convicção que o socialismo, tal qual nos o compreendemos,
visa não à felicidade dos indivíduos, mas sim a grandeza e o futuro da nação
inteira. É um socialismo heróico. É o laço de uma fraternidade de armas que não
enriquece ninguém e põe tudo em comum. (Adoph Hitler, apud Hermann
Rauschning, Hitler m´a dit, Coopération, Paris 1939, p. 201).
Eu aprendi muito do marxismo, e eu não sonho
esconder isso. (...) O que me interessou e me instruiu nos marxistas foram os
seus métodos (...). Todo o Nacional Socialismo está contido lá dentro (...) O
nacional socialismo é aquilo que o marxismo poderia ter sido se ele fosse
libertado dos entraves estúpidos e artificiais de uma pretensa ordem democrática.
(Adolfo Hitler, apud
Hermann Rauschning, Hitler m´a dit, Coopération, Paris 1939, pp.211- 212).
No início da década de 1930 a Alemanha estava
economicamente quebrada (pela Crise de 1929 e a perda da Primeira Guerra
Mundial) e humilhada belicamente pelas outras potências. O governo nazista de
Adolf Hitler estava adotando medidas intervencionistas-keynesianistas na
economia para sair da crise, mas isto foi tendência de todos os países do mundo
(tal como os EUA, Inglaterra, etc) e não significa que o nazismo era socialista
ou “estatista”. Em tempos de crise do capitalismo, este sempre se utilizará do
Estado. Aliás, o neoliberalismo jamais deixou o Estado totalmente de lado.
Apesar do Liberalismo Clássico (depois o
Neoliberalismo) se opor a autoridade do Estado essencialmente nas leis que
determinam o que deva ser produzido, o Capitalismo utiliza-se do Estado nos
momentos de crise econômica e no seu poder coercitivo[1]. Aparentemente a “filosofia liberal”
entraria em contradição com a existência do Estado e o seu papel absoluto e
organizador, mas não é bem assim como se parece. HUNT & SHERMAN (1977, p.
60) disseram que:
(...) um dos princípios
do liberalismo clássico era que os homens (sobretudo os homens de negócio)
deveriam dispor de liberdade para dar vazão a seus impulsos egoístas, o que
implicava a supressão dos mecanismos de controle e coerção impostos pela
sociedade, exceto os dispensáveis.
Portanto “existem os dispensáveis”, coisas
que o Estado nunca deixará de buscar organizar. Neste sentido, os autores HUNT
& SHERMAN (1977, p. 67) disseram que a coerção estatal é essencial à
própria existência do capitalismo, pois:
(...) Atribuir ao
governo a função de proteger as relações de propriedade significava atribuir a
missão de proteger a fonte de onde emanava o poder que fazia dos capitalistas a
classe política e economicamente dominante.
A função de zelar pela
execução dos contratos era também essencial para o bom funcionamento do
capitalismo. (...) Em vista disso a execução dos contratos, indispensáveis para
o funcionamento do sistema capitalista transformou-se em dever do Estado,
exercido por meio da coerção.
O Keynesianismo ou Intervencionismo foi
influenciado na experiência soviética e é um planejamento macro-capitalista,
surgindo para salvar o capitalismo, solucionando e amenizando nas crises
cíclicas do capital. Este diz que o Estado tem de ser regulador, indutor e
organizador, mas não deve intervir nas empresas. O Keynesianismo é necessário
para que seja instalado o “espaço fordista” no território.
MOREIRA (2004, p.56) diz que o Estado Liberal
é convertido no Welfare-State (o Estado do Bem-Estar Social). O Estado geraria
a sociedade “para viabilizar a acumulação do capital pelos grandes monopólios
econômicos”, tendo a “tarefados investimentos em infra-estrutura (transportes,
indústrias de equipamento, comunicações, etc) e em meios de consumo coletivo
(escolas, hospitais, transportes urbanos de massa, etc), com recursos
públicos”. Temos a socialização de recursos para a maior acumulação privada dos
grandes monopólios econômicos.
O Keynesianismo se utiliza da
social-democracia (e o Estado do Bem-Estar Social) para ser reformista e
humanizar o capitalismo. Ele deixará alguns serviços gratuitos e contribuirá
para que outros serviços sejam ofertados por empresas privadas, fato que também
contribuirá no aumento do consumismo.
Os EUA na década de 1930 lançará as práticas
Keynesianistas através do programa New Deal, que foi implementado
pelo presidente F. Rooseevelt. O Keynesianismo esteve presente em praticamente
todos os países do mundo entre as décadas de 1930 à 1980[2].
Para os marxistas, o Estado não é o
"criador da miséria ou da desigualdade" (ou a "origem da
opressão ou da falta de liberdade humana"), sendo o produto de uma
determinada realidade social, ou seja, o Estado é a ferramenta da qual se
utilizam os exploradores para perpetuar sua dominação. O Estado não passa de um
instrumento nas mãos de uma classe. O marxismo acredita que não é possível
abolir o Estado enquanto não sejam abolidas as condições materiais (sociais e
econômicas) que levaram ao aparecimento deste Estado. A abolição do Estado (que
corresponde à libertação definitiva de toda a humanidade) será lenta e gradual,
se assemelhando muito mais a um “desaparecimento progressivo”.
Hitler era tão “socialista”, mas em sua
Alemanha nazista manteve as classes sociais, a propriedade privada, perseguiu
partidos de esquerda, fez acordo com inúmeros empresários, sob a complacência
de setores da burguesia e da Igreja Católica.
Para encerrar esta “falsa polêmica”,
transcreverei estas duas passagens de Adolf Hitler:
Nós somos socialistas, nós somos inimigos do sistema
capitalista atual, mas nosso socialismo não tem nada a ver com o
marxismo.marxismo é anti-propriedade, o verdadeiro socialismo não é. Nós
devemos encorajar a propriedade privada. (HITLER, 1/05/1927).
Partido Nacional Socialista não é exclusividade dos
trabalhadores, é para todas as empresas honestas e é um movimento liberal lutando
contra o reacionarismo clérico-feudal e os privilégios mercantis do recentes
mercatismo judeu. Neste tempo, abriram-se os meus olhos para dois perigos que
eu mal conhecia pelos nomes e que, de nenhum modo, eram nítidos de sua significância
para o povo alemão: o marxismo e o judaísmo. (HITLER, A.. “Minha Luta”, 1925 e
cabeçalho do “Partido Nacional Socialista”, 1925)
Portanto, nazismo nunca foi de esquerda e afirma
esta incoerência é reproduzir uma paranóia oportunista propagada pela
burguesia.
REFERÊNCIAS
BIBIOGRÁFICAS
HUNT, E. K. &
SHERMAN, Howard J., O
Liberalismo Clássico e o Triunfo do Capitalismo industrial. In: História do Pensamento Econômico, Rio de Janeiro:
1977, Vozes.
MOREIRA, Ruy. O círculo e a espiral – para a critica da
geografia que se ensina. Niterói: Edições AGB-Niterói, 2004
______________. Para onde vai o pensamento geográfico? –
por uma epistemologia crítica. São Paulo: Contexto, 2006.
LINKS
http://pt.wikipedia.org/wiki/Nazismo#cite_note-10
http://www.centrodosocialismo.com.br/2013/04/comunismo-igual-ao-nazismo.html
https://www.youtube.com/watch?v=MCiYo1zp1DY
[1] Adam Smith
em “Riqueza das Nações, livro de referência do Liberalismo Clássico, já dizia
que os governos teriam 3 funções: proteger o país contra invasores
estrangeiros, proteger os cidadãos contra “injustiças” cometidas por outros
cidadãos e do dever de erigir e manter as instituições e obras públicas.
[2]
Podemos citar o Keynesianismo belicista na Alemanha de Hitler, o Keynesianismo
do Plano Columbu no Japão, o Keynesianismo na Coréia. O Keynesianismo
brasileiro se deu com Getulio Vargas e com o nacional-desenvolvimentismo de
Juscelino Kubitchek (Plano de Metas).
http://lucianoayan.com/2012/07/15/sera-o-nazismo-de-extrema-direita-not-so-fast-junior/
ResponderExcluirhttp://lucianoayan.com/2014/01/19/a-diarreia-mental-da-extrema-esquerda-quando-fantasia-que-nazismo-e-de-direita-parte-1/
http://lucianoayan.com/2013/05/31/professora-de-historia-ensina-a-verdade-sobre-a-relacao-entre-nazismo-comunismo-e-os-marxista-pira/