DADOS SOBRE
PARAISÓPOLIS
Paraisópolis
é a segunda maior favela de São Paulo (atrás de Heliópolis com os seus 120 000
moradores em 18 000 domicílios), a quinta do Brasil e a quarta na América
Latina. Possui 89 mil moradores, ocupa 1,5 milhões de metros quadrados e agrega
21 mil moradias, incluindo barracos, construções em alvenaria, sobrados e
construções mais antigas e sólidas. Cerca de 90% dos imóveis estão irregulares
e 55% das famílias residem no local há mais de onze anos, sendo a maioria de
novos moradores. Há 3.100 estabelecimentos comerciais e 54 instituições do
terceiro setor atuam ali (como ONGs, escolas e hospitais)
Paraisópolis é a única, entre as 1573 favelas de São Paulo,
cuja área não pertence ao poder público ou a um pequeno número de proprietários.
Ao contrário, era um loteamento muito antigo (alguns citam sua origem em 1923)
e eram lotes grandes, chegando a ter 2529 proprietários.
Entre
as décadas de 1950-70, ocorreu o boom da
construção civil na Zona Sul de São Paulo, bem como o grande fluxo migratório
do Nordeste para essa capital. Paraisópolis crescerá nestas décadas, sendo
ocupada irregularmente por trabalhadores da construção civil. Isso gerou ações
judiciais e dificuldades para a regularização das ocupações, pois os
proprietários dos terrenos invadidos deixaram de pagar os impostos, gerando
dívidas astronômicas com o fisco municipal.
Em
2007, foi promulgado um decreto permitindo que esses proprietários doassem os
terrenos na Paraisópolis (abatendo as dívidas dos impostos), ou trocassem a
dívida por certificados da Prefeitura de potencial construtivo (aqueles que
podem ser vendidos a construtoras interessadas em erguer edifícios em regiões
onde é possível a troca de limites de zoneamento). O ano de 2007 foi também o
início da implantação do plano de regularização fundiária e urbanização da
favela, pois seu contingente populacional era de tal ordem, que não se poderia
mais pensar em retirar a população invasora e sim em regularizar a ocupação.
Criou-se um Conselho Gestor de Urbanização de Paraisópolis, o qual elaborou um
plano de obras para transformar, gradativamente, a favela em um bairro popular.
Os próprios moradores passaram a se autodenominar como moradores e uma
"comunidade", não como uma favela.
A
população de Paraisópolis evoluiu rápido nos últimos anos, saindo de 65 mil
habitantes em 1996 para 89 mil moradores no Censo de 2009. Calcula-se que 80%
da população local seja de origem nordestina, porque a região foi, e continua
sendo, um grande espaço de acolhimento de migrantes daquela região.
Inicialmente, eles vieram para São Paulo a fim de trabalhar na construção do
estádio do São Paulo. Alguns ficaram na região e depois foram trabalhar na
indústria da construção civil, que teve um boom nos
anos 70- 80. Aqueles trabalhadores recepcionaram centenas de parentes e
conhecidos do Nordeste, em seus barracos na Paraisópolis. Atualmente, grande
parte dos moradores são os faxineiros e porteiros dos edifícios que ajudaram a
construir, sendo que suas mulheres e filhas trabalham como empregadas domésticas
nas centenas de apartamentos que foram edificados na região.
Em 2008, segundo a Secretaria Municipal de Habitação de São
Paulo, o índice de desemprego na favela era de 22,6%. Cerca de 78%
dos moradores com emprego fixo trabalham no Morumbi. Em 2009, a renda média era
de R$ 614,43.
Paraisópolis
possui alta densidade populacional, cerca de
1.000 habitantes por hectare,
bem distante dos 28 habitantes por hectare no luxuoso bairro vizinho do Morumbi.
Da população de Paraisópolis, somente 25%
mora em residências abastecidas de rede de esgoto, metade das ruas não é
asfaltada e 60% utiliza meios irregulares para obtenção de energia elétrica.
A
questão educacional é crítica na favela de Paraisópolis, pois, em 2008, havia
ainda 5000 crianças fora da escola. Apesar da inauguração do CEU em 2008 (com
capacidade para atender a 2.800 alunos), dados de 2009 indicam que 54% da
população da área possuíam apenas o ensino fundamental, e só 7% ingressaram no
ensino superior. Em 2005, por meio de um projeto de urbanização da prefeitura
municipal e contando com o apoio de dados da SEHAB, "descobriu-se"
que a favela tinha 15 mil analfabetos, cerca de 19% da sua população.
Os dados estatísticos à seguir nos mostram informações valiosas:
Distritos Área (km²) População (1996) População (2000) População (2008) Densidade Demográfica (Hab/km²) Morumbi 11,47 37.025 34.640 32.508 2.834,02 Vila Sônia 10,02 85.599 87.354 90.196 8.997,71 Cidade Ademar 12,19 238.214 243.297 248.886 20.419,26 Capão Redondo 13,85 218.788 240.353 270.826 19.547,84 Chácara Santo Antônio 2,5 - 4.906 - 1.966 Itaim Bibi 10,02 92.498 81.680 68.863 6.869,59
As
populações absolutas e relativas em Paraisópolis estão crescendo
significativamente, sendo que o crescimento do bairro se realiza de maneira
vertical, com muitas construções de “puxadinho”. O bairro tem se urbanizado
bastante nos últimos anos, mas tem muito a ser melhorado, principalmente no
campo do saneamento básico, opções de lazer e mobilidade urbana.
Fontes
Bibliográficas:
“Morumbi: o contraditório
bairro-região de São Paulo” - Maria da Glória Gohn
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-49792010000200005
“Violência em Paraisópolis,
a segunda maior favela da cidade” http://vejasp.abril.com.br/materia/violencia-em-paraisopolis-segunda-maior-favela-da-cidade
“Paraisópolis – bairro de São Paulo”
https://pt.wikipedia.org/wiki/Parais%C3%B3polis_(bairro_de_S%C3%A3o_Paulo)
“Dados Demográficos da Zona Sul”
http://www.zonasulsp.com.br/dados-demograficos-da-zona-sul-de-sao-paulo.htm
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