Tudo começa com a “Música Afro-Americana”, onde escravos africanos nos EUA faziam "músicas tribais" entre os séculos XVIII e XIX. Sob a influência de ritmos europeus e indígenas (apache), surgirão estilos como o “Ragtime” (século XIX) e o “Blues” (séculos XIX e XX) que eram rurais e o “Jazz” (desenvolvido no início do século XX, mas datado em meados do século XIX) que já era mais Urbano.
O Ragtime é em formato de marchas, valsas e outras formas tradicionais de músicas, porém, a característica
consistente era a sincopação.
O Jazz se
desenvolveu com a mistura de várias tradições musicais, em particular a afro-americana. Esta nova forma de se fazer música incorporava o “blue notes”, a “chamada e resposta”, a forma
sincopada, a polirritmia, improvisação e notas com o “swing do ragtime”. Suas vertentes foram:
-“Swing Music” (década de 1930), usualmente arranjado
para grande orquestra dançante/Big Band.
-“Bebop”: seu nome provém
da onomatopéia feita ao imitar o som das centenas de martelos que batiam
no metal na construção das ferrovias americanas, gerando uma "melodia" cheia de pequenas notas. As melodias ágeis e velozes do seu estilo musical se
assemelhavam ao som produzido pelos martelos nas obras das ferrovias.
-“Latin Jazz” (destaque
entre 1950 e 1960): influenciado por ritmos africanos
e da América Latina, dos quais se destacam a salsa, merengue, songo, son, mambo, timba, bolero, charanga e o cha-cha-chá.
-“Jazz fusion” (anos 1970):
mistura do jazz com outros gêneros, particularmente rock 'n roll, funk, rhythm and blues, bossa-nova, etc.
O Blues
é oriundo do sul dos EUA com os escravos africanos nas fazendas de algodão, que
cantavam para embalar suas intermináveis e sofridas
jornadas de trabalho. Derivará deste vários ritmos como o Country blues ou rural blues (o
mais antigo gênero do blues), o Boogie Woogie, o Rhythm
and Blues e a Soul Music.
-Country blues ou rural blues mais
lento e mais antigo foi o “Delta Blues” e o mais rápido foi o “Piedmont Blues”. Derivará daí a música
country e o o rock and roll.
-Boogie Woogie é caracterizado pelo uso sincopado da mão
esquerda ao piano. Foi muito popular entre os negros nos anos 30 e anos
40 nos Estados Unidos. Derivará daí o rock and roll
(que também sofreu influências da música gospel, do rhythm and blues, do soul
e da música country).
-Rhythm
and Blues era uma versão negra de um predecessor do rock, foi fortemente influenciado pelo jazz,
particularmente pelo chamado jump
blues assim como pelo gospel.
Atualmente é utilizado para se referir a um subgênero com influencias de soul e funk na música pop. No Brasil foi também chamado de
“charme” na década de 1980. Derivará daí o rock and roll e o funk.
-Soul
Music (fim dos anos 1950): Importante destacar a “Soul Music” que não possui uma
forma específica, pois tornou-se uma referência da música
dos negros, independente de gênero. Este combina elementos de música gospel e rhythm
and blues. O termo soul já era usado nos Estados Unidos como
um adjetivo usado em referência ao afro-americano,
destacando que o contexto social e político eram de reivindicação dos direitos
sociais e civis principalmente dos negros. A
apresentação da música soul é emotiva; a melodia é bem ornamental misteriosa ornamentada e com improvisações, rodopios corporais do(a) cantor(a) e efeitos sonoros dos
instrumentos. Os ritmos pegam facilmente,
acentuados com o bater de palmas e os movimentos plásticos da coreografia são detalhes importantes. Outras características
estilísticas importantes são as perguntas
e respostas entre o cantor
solista e o grupo coral, no estilo responsorial, e uma interpretação dramática do vocalista principal.
O Funk (final da década de
1960 e começo da década de 1970) se originou a partir da Soul Music, com o James
Brown (os 2 primeiros funks da história foram "Papa's
Got a Brand New Bag" e "Outta
Sight").
Tem uma batida mais pronunciada e algumas influências do Rhythm and Blues, Rock e da Música Psicodélica. As
características desse estilo musical são: ritmo sincopado, a densa linha de
baixo, uma seção de metais forte e rítmica, além de uma percussão (batida)
marcante e dançante.
A
partir do final dos anos 1980, com a disseminação dos samplers (partes
de antigos sucessos de funk)
começaram a ser copiados para outras músicas e começasse a se utilizar
tecnologias como “caixas de ritmos e
sintetizadores e efeitos sonoros eletrônicos”, que gerarão novos ritmos. Tais
ritmos se tornaram combustível para o “rap”, a “house music”, o “funk-metal/funk
rock” (de Red Hot Chili Peppers, Primus
e Faith No More), a “discomusic”, o “eletrofunk” de Africa
Bambaataa/Sugarhill Gang/Soulsonic Force (que sofreu influências do “Techno” de Kraftwerk,
derivando para o “Miami bass” e o “Freestyle”,
que depois levarão ao “funk carioca” e ao “rap”).
No
Brasil o
funk e a “soul music” existem desde os
choros de Pixinguinha na década de 1910 (que sofreu influências do jazz),
passando pela bossa-nova das décadas de 1950-60 e por músicos como Wilson
Simonal, Tim Maia e Jorge Bem. Sob as influências do funk, surgirão outros
ritmos no Brasil, como o “samba-rock”, o “rap”, o “funk carioca”, etc.
O
derivado do funk mais presente no Brasil é o “funk carioca”, que surgiu na
década de 1980 e foi influenciada Miami Bass (originário da Flórida, que
dispunha de músicas erotizadas e batidas mais rápidas) e do “Freestyle”. O “funk
carioca” fazia versões aportuguesadas de famosas músicas estrangeiras, chamando-as de “melôs”. Podemos destacar as versões de muitas músicas de Stevie B, Corell DJ, Milli Vanilli ("Girl You Know it´s True" no “Melô da verdade”), Pretenders (“Back on The Chain Gang" na “Melô do neném”), Tag Team ("Whoomp! There It Is" na "Uh Tererê"), etc. Na
década de 1990, o “funk carioca” se populariza nas periferias do Rio de Janeiro
com bailes funk que começaram a atrair muitas pessoas. Inicialmente as letras
falavam sobre drogas, armas e a vida nas favelas, posteriormente a temática
principal do funk veio a ser a erótica, com letras de conotação sexual e de
duplo sentido. O “funk carioca” é bastante popular em várias partes do Brasil e
no mundo, sendo quem em São Paulo/Baixada Santista o cenário é muito forte com letras que
pregam a ostentação, o luxo e o consumo.