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quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Darcy Ribeiro explica a desvantagem histórica do negro em relação ao branco

repasso do Blog SOCIALISTAMORENA.
http://socialistamorena.cartacapital.com.br/darcy-ribeiro-explica-a-desvantagem-historica-do-negro/
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Darcy Ribeiro explica a desvantagem histórica do negro em relação ao branco

Uma das maiores balelas do discurso anti-cotas no Brasil é que as políticas de ação afirmativa não se justificam porque “todos são iguais perante à lei”. Iguais como, se uns saíram na frente, com séculos de vantagem, em relação ao outro? As cotas vieram justamente para ser uma ponte sobre o fosso histórico entre negros e brancos. Para dar aos negros condições de alcançarem mais rápido esta “igualdade” que alguns insistem que já existe.
Ninguém melhor do que o antropólogo Darcy Ribeiro, grande inspirador deste blog, para explicar como esta “igualdade” de condição nada mais é do que uma falácia por parte de quem, no fundo, deseja perpetuar as desigualdades raciais em nosso país. Os trechos que selecionei são do livro O Povo Brasileiro(Companhia das Letras), cuja leitura recomendo fortemente. Deveria ser obrigatório em todas as escolas. Atentem para um detalhe: reconheçam no texto de Darcy os futuros meninos de rua. (Leia também o texto que postei ano passado,aqui.)
E viva o Dia da Consciência Negra!
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Por Darcy Ribeiro
CLASSE E RAÇA
A distância social mais espantosa no Brasil é a que separa e opõe os pobres dos ricos. A ela se soma, porém, a discriminação que pesa sobre negros, mulatos e índios, sobretudo os primeiros.
Entretanto, a rebeldia negra é muito menor e menos agressiva do que deveria ser. Não foi assim no passado. As lutas mais longas e cruentas que se travaram no Brasil foram a resistência indígena secular e a luta dos negros contra a escravidão, que duraram os séculos do escravismo. Tendo início quando começou o tráfico, só se encerrou com a abolição.
Sua forma era principalmente a da fuga, para a resistência e para a reconstituição de sua vida em liberdade nas comunidades solidárias dos quilombos, que se multiplicaram aos milhares. Eram formações protobrasileiras, porque o quilombola era um negro já aculturado, sabendo sobreviver na natureza brasileira, e, também, porque lhe seria impossível reconstituir as formas de vida da África. Seu drama era a situação paradoxal de quem pode ganhar mil batalhas sem vencer a guerra, mas não pode perder nenhuma. Isso foi o que sucedeu com todos os quilombos, inclusive com o principal deles, Palmares, que resistiu por mais de um século, mas afinal caiu, arrasado, e teve o seu povo vendido, aos lotes, para o sul e para o Caribe.
Mas a luta mais árdua do negro africano e de seus descendentes brasileiros foi, ainda é, a conquista de um lugar e de um papel de participante legítimo na sociedade nacional. Nela se viu incorporado à força. Ajudou a construí-la e, nesse esforço, se desfez, mas, ao fim, só nela sabia viver, em função de sua total desafricanização. A primeira tarefa do negro brasileiro foi a de aprender a falar o português que ouvia nos berros do capataz. Teve de fazê-lo para poder comunicar-se com seus companheiros de desterro, oriundos de diferentes povos. Fazendo-o, se reumanizou, começando a sair da condição de bem semovente, mero animal ou força energética para o trabalho. Conseguindo miraculosamente dominar a nova língua, não só a refez, emprestando singularidade ao português do Brasil, mas também possibilitou sua difusão por todo o território, uma vez que nas outras áreas se falava principalmente a língua dos índios, o tupi-guarani.
Calculo que o Brasil, no seu fazimento, gastou cerca de 12 milhões de negros, desgastados como a principal força de trabalho de tudo o que se produziu aqui e de tudo que aqui se edificou. Ao fim do período colonial, constituía uma das maiores massas negras do mundo moderno. Sua abolição, a mais tardia da história, foi a causa principal da queda do Império e da proclamação da República. Mas as classes dominantes reestruturaram eficazmente seu sistema de recrutamento da força de trabalho, substituindo a mão de obra escrava por imigrantes importados da Europa, cuja população se tornara excedente e exportável a baixo preço.
(…)
O negro, sentindo-se aliviado da brutalidade que o mantinha trabalhando no eito, sob a mais dura repressão –inclusive as punições preventivas, que não castigavam culpas ou preguiças, mas só visavam dissuadir o negro de fugir– só queria a liberdade. Em consequência, os ex-escravos abandonam as fazendas em que labutavam, ganham as estradas à procura de terrenos baldios em que pudessem acampar, para viverem livres como se estivessem nos quilombos, plantando milho e mandioca para comer. Caíram, então, em tal condição de miserabilidade que a população negra reduziu-se substancialmente. Menos pela supressão da importação anual de novas massas de escravos para repor o estoque, porque essas já vinham diminuindo há décadas. muito mais pela terrível miséria a que foram atirados. não podiam estar em lugar algum, porque cada vez que acampavam, os fazendeiros vizinhos se organizavam e convocavam forças policiais para expulsá-los, uma vez que toda a terra estava possuída e, saindo de uma fazenda, se caía fatalmente em outra.
As atuais classes dominantes brasileiras, feitas de filhos e netos de antigos senhores de escravos, guardam, diante do negro, a mesma atitude de desprezo vil. Para seus pais, o negro escravo, o forro, bem como o mulato, eram mera força energética, como um saco de carvão, que desgastado era facilmente substituído por outro que se comprava. Para seus descendentes, o negro livre, o mulato e o branco pobre são também o que há de mais reles, pela preguiça, pela ignorância, pela criminalidade inatas e inelutáveis. Todos eles são tidos consensualmente como culpados de suas próprias desgraças, explicadas como características da raça e não como resultado da escravidão e da opressão. Essa visão deformada é assimilada também pelos mulatos e até pelos negros que conseguem ascender socialmente, os quais se somam ao contingente branco para discriminar o negro-massa.
A nação brasileira, comandada por gente dessa mentalidade, nunca fez nada pela massa negra que a construíra. Negou-lhe a posse de qualquer pedaço de terra para viver e cultivar, de escolas em que pudesse educar seus filhos, de qualquer ordem de assistência. Só lhes deu, sobejamente, discriminação e repressão. Grande parte desses negros dirigiu-se às cidades, onde encontraram, originalmente, os chamados bairros africanos, que deram lugar às favelas. Desde então, elas vêm se multiplicando, como a solução que o pobre encontra para morar e conviver. Sempre debaixo da permanente ameaça de serem erradicados e expulsos.
(…)
BRANCOS VERSUS NEGROS
Examinando a carreira do negro no Brasil, se verifica que, introduzido como escravo, ele foi desde o primeiro momento chamado à execução das tarefas mais duras, como mão-de-obra fundamental de todos os setores produtivos. Tratado como besta de carga exaurida no trabalho, na qualidade de mero investimento destinado a produzir o máximo de lucros, enfrentava precaríssimas condições de sobrevivência. Ascendendo à condição de trabalhador livre, antes ou depois da abolição, o negro se via jungido a novas formas de exploração que, embora melhores que a escravidão, só lhe permitiam integrar-se na sociedade e no mundo cultural, que se tornaram seus, na condição de um subproletariado compelido ao exercício de seu antigo papel, que continua sendo principalmente o de animal de serviço.
Enquanto escravo poderia algum proprietário previdente ponderar, talvez, que resultaria mais econômico manter suas “peças” nutridas para tirar delas, a longo termo, maior proveito. Ocorreria, mesmo, que um negro desgastado no eito tivesse oportunidade de envelhecer num canto da propriedade, vivendo do produto de sua própria roça, devotado a tarefas mais leves requeridas pela fazenda. Liberto, porém, já não sendo de ninguém, se encontrava só e hostilizado, contando apenas com sua força de trabalho, num mundo em que a terra e tudo o mais continuava apropriada. Tinha de sujeitar-se, assim, a uma exploração que não era maior que dantes, porque isso seria impraticável, mas era agora absolutamente desinteressada do seu destino. Nessas condições, o negro forro, que alcançara de algum modo certo vigor físico, poderia, só por isso, sendo mais apreciado como trabalhador, fixar-se nalguma fazenda, ali podendo viver e reproduzir. O débil, o enfermo, o precocemente envelhecido no trabalho, era simplesmente enxotado como coisa imprestável.
Depois da primeira lei abolicionista –a Lei do Ventre Livre, que liberta o filho da negra escrava–, nas áreas de maior concentração da escravaria, os fazendeiros mandavam abandonar, nas estradas e nas vilas próximas, as crias de suas negras que, já não sendo coisas suas, não se sentiam mais na obrigação de alimentar. Nos anos seguintes à Lei do Ventre Livre (1871), fundaram-se nas vilas e cidades do Estado de São Paulo dezenas de asilos para acolher essas crianças, atiradas fora pelos fazendeiros. Após a abolição, à saída dos negros de trabalho que não mais queriam servir aos antigos senhores, seguiu-se a expulsão dos negros velhos e enfermos das fazendas. Numerosos grupos de negros concentraram-se, então, à entrada das vilas e cidades, nas condições mais precárias. Para escapar a essa liberdade famélica é que começaram a se deixar aliciar para o trabalho sob as condições ditadas pelo latifúndio.
Com o desenvolvimento posterior da economia agrícola de exportação e a superação consequente da auto-suficiência das fazendas, que passaram a concentrar-se nas lavouras comerciais (sobretudo no cultivo do café, do algodão e, depois, no plantio de pastagens artificiais), outros contingentes de trabalhadores e agregados foram expulsos para engrossar a massa da população residual das vilas. Era agora constituída não apenas de negros, mas também de pardos e brancos pobres, confundidos todos como massa dos trabalhadores “livres” do eito, aliciáveis para as fainas que requeressem mão-de-obra. Essa humanidade detritária predominantemente negra e mulata pode ser vista, ainda hoje, junto aos conglomerados urbanos, em todas as áreas do latifúndio, formada por braceiros estacionais, mendigos, biscateiros, domésticas, cegos, aleijados, enfermos, amontoados em casebres miseráveis. Os mais velhos, já desgastados no trabalho agrícola e na vida azarosa, cuidam das crianças, ainda não amadurecidas para nele engajar-se.
(…)
Assim, o alargamento das bases da sociedade, auspiciado pela industrialização, ameaça não romper com a superconcentração da riqueza, do poder e do prestígio monopolizado pelo branco, em virtude da atuação de pautas diferenciadoras só explicadas historicamente, tais como: a emergência recente do negro da condição escrava à de trabalhador livre; uma efetiva condição de inferioridade, produzida pelo tratamento opressivo que o negro suportou por séculos sem nenhuma satisfação compensatória; a manutenção de critérios racialmente discriminatórios que, obstaculizando sua ascensão à simples condição de gente comum, igual a todos os demais, tornou mais difícil para ele obter educação e incorporar-se na força de trabalho dos setores modernizados. As taxas de analfabetismo, de criminalidade e de mortalidade dos negros são, por isso, as mais elevadas, refletindo o fracasso da sociedade brasileira em cumprir, na prática, seu ideal professado de uma democracia racial que integrasse o negro na condição de cidadão indiferenciado dos demais.
Florestan Fernandes assinala que “enquanto não alcançarmos esse objetivo, não teremos uma democracia racial e tampouco uma democracia. Por um paradoxo da história, o negro converteu-se, em nossa era, na pedra de toque da nossa capacidade de forjar nos trópicos esse suporte da civilização moderna”.

sábado, 9 de novembro de 2013

ATIVIDADE “O Operário em Construção” - Vinicius de Moraes

repasso atividade em cima do poema "O operário em construção" de Vinícius de Moraes.

1) O operário trabalhava de quê? O que ele fazia?
2) O que ocorreu com o operário quando este vai "cortar o pão"?
3) Explique o significado de "consciência política"?
4) Por que o operário foi agredido e porque o patrão tentou chantageá-lo? O patrão achava o operário perigoso?
5) Explique a passagem: "Em cada coisa que via / Misteriosamente havia / A marca de sua mão".
6) Por que o operário disse não ao patrão? O que você achou disso? O que aconteceu com o operário?
7) Explique a passagem: "Que a casa que ele fazia / Sendo a sua liberdade / Era a sua escravidão"
8) Explique a passagem: ""Que a dureza do seu dia / Era a noite do patrão / Que sua imensa fadiga / Era amiga do patrão"


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“O Operário em Construção” - Vinicius de Moraes

Era ele que erguia casas
Onde antes só havia chão.
Como um pássaro sem asas
Ele subia com as casas
Que lhe brotavam da mão.
Mas tudo desconhecia
De sua grande missão:
Não sabia, por exemplo
Que a casa de um homem é um templo
Um templo sem religião
Como tampouco sabia
Que a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão.
De fato, como podia
Um operário em construção
Compreender por que um tijolo
Valia mais do que um pão?
Tijolos ele empilhava
Com pá, cimento e esquadria
Quanto ao pão, ele o comia...
Mas fosse comer tijolo!
E assim o operário ia
Com suor e com cimento
Erguendo uma casa aqui
Adiante um apartamento
Além uma igreja, à frente
Um quartel e uma prisão:
Prisão de que sofreria
Não fosse, eventualmente
Um operário em construção.
Mas ele desconhecia
Esse fato extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.
De forma que, certo dia
À mesa, ao cortar o pão
O operário foi tomado
De uma súbita emoção
Ao constatar assombrado
Que tudo naquela mesa
— Garrafa, prato, facão —
Era ele quem os fazia
Ele, um humilde operário,
Um operário em construção.
Olhou em torno: gamela
Banco, enxerga, caldeirão
Vidro, parede, janela
Casa, cidade, nação!
Tudo, tudo o que existia
Era ele quem o fazia
Ele, um humilde operário
Um operário que sabia
Exercer a profissão.
Ah, homens de pensamento
Não sabereis nunca o quanto
Aquele humilde operário
Soube naquele momento!
Naquela casa vazia
Que ele mesmo levantara
Um mundo novo nascia
De que sequer suspeitava.
O operário emocionado
Olhou sua própria mão
Sua rude mão de operário
De operário em construção
E olhando bem para ela
Teve um segundo a impressão
De que não havia no mundo
Coisa que fosse mais bela.
Foi dentro da compreensão
Desse instante solitário
Que, tal sua construção
Cresceu também o operário
Cresceu em alto e profundo
Em largo e no coração
E como tudo que cresce
Ele não cresceu em vão.
Pois além do que sabia
— Exercer a profissão —
O operário adquiriu
Uma nova dimensão:
A dimensão da poesia.
E um fato novo se viu
Que a todos admirava:
O que o operário dizia
Outro operário escutava.
E foi assim que o operário
Do edifício em construção
Que sempre dizia sim
Começou a dizer não.
E aprendeu a notar coisas
A que não dava atenção:
Notou que sua marmita
Era o prato do patrão
Que sua cerveja preta
Era o uísque do patrão
Que seu macacão de zuarte
Era o terno do patrão
Que o casebre onde morava
Era a mansão do patrão
Que seus dois pés andarilhos
Eram as rodas do patrão
Que a dureza do seu dia
Era a noite do patrão
Que sua imensa fadiga
Era amiga do patrão.

E o operário disse: Não!
E o operário fez-se forte
Na sua resolução.
Como era de se esperar
As bocas da delação
Começaram a dizer coisas
Aos ouvidos do patrão.
Mas o patrão não queria
Nenhuma preocupação.
— “Convençam-no” do contrário — Disse ele sobre o operário
E ao dizer isso sorria.
Dia seguinte, o operário
Ao sair da construção
Viu-se súbito cercado
Dos homens da delação
E sofreu, por destinado
Sua primeira agressão.
Teve seu rosto cuspido
Teve seu braço quebrado
Mas quando foi perguntado
O operário disse: Não!
Em vão sofrera o operário
Sua primeira agressão
Muitas outras se seguiram
Muitas outras seguirão.
Porém, por imprescindível
Ao edifício em construção
Seu trabalho prosseguia
E todo o seu sofrimento
Misturava-se ao cimento
Da construção que crescia.
Sentindo que a violência
Não dobraria o operário
Um dia tentou o patrão
Dobrá-lo de modo vário.
De sorte que o foi levando
Ao alto da construção
E num momento de tempo
Mostrou-lhe toda a região
E apontando-a ao operário
Fez-lhe esta declaração:
— Dar-te-ei todo esse poder
E a sua satisfação
Porque a mim me foi entregue
E dou-o a quem bem quiser.
Dou-te tempo de lazer
Dou-te tempo de mulher.
Portanto, tudo o que vês
Será teu se me adorares
E, ainda mais, se abandonares
O que te faz dizer não.
Disse, e fitou o operário
Que olhava e que refletia
Mas o que via o operário
O patrão nunca veria.
O operário via as casas
E dentro das estruturas
Via coisas, objetos
Produtos, manufaturas.
Via tudo o que fazia
O lucro de seu patrão
E em cada coisa que via
Misteriosamente havia
A marca de sua mão.
E o operário disse: Não!
— Loucura! — Gritou o patrão
Não vês o que te dou eu?
— Mentira! — disse o operário
Não podes dar-me o que é meu.
E um grande silêncio fez-se
Dentro do seu coração
Um silêncio de martírios
Um silêncio de prisão
Um silêncio povoado
De pedidos de perdão
Um silêncio apavorado
Como o medo em solidão
Um silêncio de torturas
E gritos de maldição
Um silêncio de fraturas
A se arrastarem no chão.
E o operário ouviu a voz
De todos os seus irmãos
Os seus irmãos que morreram
Por outros que viverão.
Uma esperança sincera
Cresceu no seu coração
E dentro da tarde mansa
Agigantou-se a razão
De um homem pobre e esquecido
Razão porém que fizera
Em operário construído
O operário em construção.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Perfil de Favelas e Moradores no Brasil



6.329 é o total de favelas no Brasil
3.224.529 são os Domicílios em Favelas
323 são os Municípios com Favelas
Distribuição de Favelas por Região: Sudeste (55,5%), Nordeste (25,2%), Norte (12,1%), Sul (5,5%) e Centro-Oeste (1,7%).


MORADORES DAS FAVELAS X OUTRAS ÁREAS

Favelas
Em outras áreas
Frequentavam creche ou escola pública
86,9
63,7
Pessoas com curso superior completo
1,6
14,7
Sem carteira de trabalho assinada
27,8
20,5
Gasta mais de uma hora para ir ao trabalho
19,7
19
Renda domiciliar per capita de até meio salário mínimo
31,6
13,8
Renda domiciliar per capita maior que 5 salários
0,9
13,4

AS MAIORES FAVELAS DO BRASIL, EM HABITANTES
Favela
Habitantes
1- Rocinha (Rio de Janeiro – RJ)
69.161
2- Sol Nascente (Brasília – DF)
56.483
3- Rio das Pedras (Rio de Janeiro – RJ)
54.793
4- Coroadinho (São Luís – MA)
53.945
5- Baixadas da Estrada Novas Jurunas (Belém – PA)
53.129
6- Casa Amarela (Recife – PE)
53.030
7- Pirambú (Fortaleza – CE)
42.878
8- Paraisópolis (São Paulo – SP)
42.826
9- Cidade de Deus (Manaus – AM)
42.476
10- Heliópolis (São Paulo – SP)
41.118

A maior parte das favelas está em área plana (52,5%), embora 19,7% das comunidades se situem em encostas bastante inclinadas. Dos domicílios em favelas, 12,5% estão às margens de rios e córregos e 72,6% dos domicílios em favelas não têm espaçamento entre si, formando um grande bloco de casas ou de pequenos edifícios.
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Somente em dois itens, a diferença praticamente inexiste: 98% dos moradores de favelas e das demais áreas da cidade têm TV; 95% daqueles que vivem nessas comunidades possuem refrigeradores, contra 98% no restante da cidade.

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Quase metade (48%) dos lares fora das favelas tem computador ligado à internet. Dentro das comunidades, são apenas 20,2%.
Máquina de lavar, a diferença era 66,7%, contra 41,4%, respectivamente.

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Enquanto 14,7% da população de outras áreas concluiu uma faculdade, esse percentual é de apenas 1,6% nas favelas.

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Quase um terço das famílias das favelas (31,6%) têm renda inferior a meio salário mínimo por pessoa (R$ 339, em valores atuais). Nas demais localidades, o percentual é bem menor: 13,8%.

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Nas favelas, a informalidade também é mais elevada, atingindo 27,8% dos moradores. O percentual fica restrito a 20,5% de ocupados sem carteira assinada fora dessas áreas degradadas.


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Cidade de São Paulo concentra 66% dos domicílios em favelas da região metropolitana, proporção superior, por exemplo, a de Recife (40%), área de renda mais baixa. Da população total da cidade, 11,4% moram em favelas. Trata-se de um percentual menor do que no Rio (22,2%), mas similar ao de Porto Velho (RO).
Dos moradores das favelas paulistanas, 33,7% não nasceram no Estado de São Paulo. No Brasil, a proporção era menor: 21,7%.
Na capital paulista 24,7% das casas das favelas estavam próximas a margens de rios e córregos e lagoas, percentual acima da média do país (12,5%). Já 19,1% localizavam-se em encostas - índice quase idêntico à média nacional.
Os moradores de favelas levam mais tempo para chegarem ao trabalho -37% deles levava mais de uma hora para isso. O percentual supera os 30% dos moradores das demais áreas da cidade.
Um quarto dos lares de favelas paulistanas tinha, em 2010, renda per capita de até meio salário mínimo (R$ 339). Fora dessas áreas, o percentual era bem menor: 8,5%.
No outro extremo, 17,2% das famílias de SP que não viviam em comunidades tinham rendimento superior a cinco salários (R$ 3.390). Nas favelas, eram apenas 0,6%.


Fontes:
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sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Qual é o país com mais ateus no mundo?


Qual é o país com mais ateus no mundo?
Essa foi a pesquisa Ateísmo: Taxas e Padrões Contemporâneos, do sociólogo norte-americano Phil Zuckerman. Segundo ele, os suecos aprendem sobre cada uma das religiões na escola e são livres para escolher seguir ou não uma delas.


E isso se repete na maioria dos países com alto índice de ateísmo. Vale lembrar que o estudo engloba ateus, agnósticos e não-crentes em Deus e o ranking é baseado na porcentagem populacional de cada país.
O país mais ateu do mundo é a Suécia. Lá, 85% da população não tem nenhuma crença ou não acredita em Deus. Enquanto os ateus negam a existência de Deus, os agnósticos garantem não ser possível provar a existência divina.

Veja abaixo os números da religião e do ateísmo no mundo

Suécia: 85% 
População: 8,9 milhões 
Ateus: 7,6 milhões 

Vietnã: 81% 
População: 82,6 milhões 
Ateus: 66,9 milhões 
O budismo e o taoísmo, religiões comuns por lá, são vistos como uma tradição, e não crença.

Dinamarca: 80% 
População: 5,4 milhões 
Ateus: 4,3 milhões 

Noruega: 72% 
População:4,5 milhões 
Ateus: 3,2 milhões 

Japão: 65% 
População: 127 milhões 
Ateus:82 milhões 

República Tcheca: 61% 
População: 10 milhões 
Ateus: 6,2 milhões

Finlândia: 60% 
População: 5,2 milhões 
Ateus: 3,1 milhões 

França: 54% 
População: 60,4 milhões 
Ateus: 32,6 milhões 

Coreia do Sul: 52% 
População: 48,5 milhões 
Ateus: 25,2 milhões 

Crenças no mundo

Cristianismo: 33,3% ou 2 bilhões de pessoas
sendo católicos: 16,8%; protestantes: 6%; ortodoxos: 4%; anglicanos: 1,2%) Outras: 23%
Islamismo: 22,4% ou 1,2 bilhão de pessoas 
Hinduísmo: 13,7% ou 900 milhões de pessoas 
Budismo: 7,1% 
Sikhismo: 0,3% 
Judaísmo: 0,2% 

Ateísmo por idade

18 e 34 anos - 54% 
35 e 49 anos - 24% 
50 a 64 anos - 15% 
65 anos - 7%

Países com maior número de ateus

181,8 milhões de chineses são ateus -
A China ocupa o 36º lugar no ranking de países com mais percentual de ateus (14%). Em números absolutos, porém, é onde vivem mais pessoas sem crença. 
Japão: 82 milhões. 
Rússia: 69 milhões. 
Vietnã: 66 milhões. 
Alemanha: 40 milhões. 
França: 32 milhões. 
Eua: 26,8 milhões. 
Inglaterra: 26,5 milhões. 
Coreia do Sul: 25 milhões. 

Os mais fiéis - Países cuja maioria da população tem alguma crença:

Itália: 90% (53 milhões) 
Filipinas: 80% (75 milhões) 
México: 76% (96 milhões) 
Brasil: 73% (137 milhões) 

Ateísmo por sexo 
Homens: 56% 
Mulheres: 44% 

Ateus no mundo 
 749,2 milhões (11% da população mundial)

Na ciência -

50% dos cientistas têm alguma religiosidade. Entre eles, 36% acreditam em Deus. Ateus: 10%. Cristãos: 2%.


Fontes: Pesquisas de Phil Zuckerman (2007), Richard Lynn (2008) e Elaine Howard Ecklund (2010), ONU, adherents.com, American ReligiousIdentification Survey, The Pew Research Center, Gallup Poll, The New York Times, Good, Nature, Live Science e Discovery Magazine.


Créditos: http://mundoestranho.abril.com.

Sobre o aumento de IPTU em SP

Sobre a questão do aumento de IPTU em SP.


Com o aumento do IPTU no município de São Paulo, somente partes dos imóveis sofrerão um aumento percentual, variando de acordo com os distritos (sendo maior em alguns aonde as pessoas possuem uma renda salarial média para alta) e fará com que 46% dos imóveis de São Paulo tenham redução ou isenção do IPTU, além de dar subsídio ao transporte público.
É necessário tecer algumas críticas sobre este reajuste do IPTU, começando pela maioria da população não ter sido consultada sobre esta mudança. Alguns distritos aumentarão seu grau de elitização, tais como a Lapa e a Pompéia, que possuem bairros populares (tais como a Vila Ipojuca, Vila Anglo, etc), expulsando alguns moradores destes locais. Teremos um aumento da expulsão das pessoas de baixa renda das regiões centrais de São Paulo, indo de encontro à bandeira de “trazer a periferia para o centro”.
Serão 22 distritos que terão redução no IPTU, o que é positivo, mas destes somente 7 distritos terão redução que varia de 0,5% a 5% e somente os distritos de Anhanguera e Parque do Carmo terão reduções de cerca de 10% (que são os distritos com menor quantidade de contribuintes). Parece que esta redução de IPTU está concentrada em alguns distritos que aparentemente não afetaria no orçamento. 
Este aumento de IPTU também não questiona a especulação imobiliária, aonde o mercado imobiliário ditará as regras dos cálculos do PGV.

Alguns avanços ocorreram com este reajuste de IPTU, mas temos de ir além, com os mais ricos pagando pela maioria da população. É muito importante haver isenção para os bairros das periferias, além de se taxar os Ricos, controlar as remessas de Lucros para o exterior, diminuir com a influência do mercado imobiliário na definição do PGV, trazer mais infraestrutura e serviços para os bairros de periferia, etc..