Obliquidade dos planetas
Um dos parâmetros importantes na descrição da
dinâmica dos planetas é a sua obliquidade, o ângulo que o eixo de rotação
própria faz com o plano da órbita. Tal como piões sem atrito, os planetas, para
além da rotação própria têm também um movimento de precessão (a rotação do seu
eixo a obliquidade constante) e um de nutação (variação da obliquidade).
Como sabemos, diferentes planetas têm diferentes valores para a obliquidade e, embora a maioria tenha o mesmo sentido para o movimento de rotação própria, Vénus e Plutão rodam ao contrário e Urano roda deitado. A explicação tradicional para a obliquidade "invulgar" destes planetas era que esta seria o resultado de uma colisão com um corpo de grandes dimensões nos primeiros tempos do sistema solar. Hoje temos outra explicação pelo menos igualmente plausível, porque sabemos que a interação gravitacional entre os planetas pode dar origem a movimento caótico na obliquidade, com possíveis grandes variações deste ângulo.
Foi Jacques Laskar quem primeiro estudou a influência das interações gravitacionais entre os planetas na dinâmica dos seus eixos de rotação. Para um tempo de simulação de 18 milhões de anos, os seus resultados mostraram que os planetas interiores devem ter experimentado grandes variações na sua obliquidade, correspondentes a zonas caóticas observadas na dinâmica da precessão e da obliquidade. De fato, Marte permanece hoje em dia numa zona caótica e a sua obliquidade pode sofrer variações que podem ir de 0° a 60°. Mais uma vez, o mecanismo responsável por este comportamento caótico são as ressonâncias entre os períodos das perturbações planetárias e a frequência de precessão do eixo. Quanto aos planetas exteriores, não parecem exibir variações tão grandes.
Gostaria de saber a precessão dos outros planetas. Encontro apenas a da Terra.
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