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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Falácia do Conceito de REDD (Redução das Emissões oriundas do Desmatamento e Degradação Florestal)

repasso texto que eu fiz.
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O conceito de REDD (Redução das Emissões oriundas do Desmatamento e Degradação Florestal) é importante porque busca diminuir o desflorestamento, a perda de biodiversidade, e a degradação de biomas e ecossistemas regionais. Para que ocorra esta conservação e preservação da vida, os países (sobretudo aqueles que possuem florestas tropicais) devem realizar políticas estatais com viés preservacionista e sustentável.
O REDD é um importante instrumento para que se privilegie a biodiversidade e o desenvolvimento sustentável dos países. O maior beneficiário disso serão os habitantes deste planeta. A estratégia de premiação aos países que privilegiem a preservação e o desflorestamento em pequena quantidade pode ser compreendida como positiva.
As florestas tropicais são importantes reservas de biodiversidade, porque são verdadeiros “mananciais de megadiversidade biológica”, tendo cerca de 70% da biodiversidade conhecida no planeta. Além do mais, elas contribuem decisivamente para as dinâmicas climáticas planetárias ao realizarem a fotossíntese em grande escala, fato que ameniza o impacto das emissões excessivas de gases de efeito estufa (ao ocorrer troca de gases CO² pelo O²) e para fazer com que espécies (vegetais e animais) sobrevivam.
Os gases de efeito estufa (GEE) estão cada vez mais excessivos, sendo frutos da sociedade industrial-capitalista que é pautada por ter um padrão de consumo e de degradação excessivos.
Importante destacar que as florestas (tropicais ou não) e também os fitoplânctons são os responsáveis por amenizar a quantidade de GEE (sobretudo o CO²) através da prática da fotossíntese. 
É errôneo achar que o CO² deva ser exterminado do planeta, pois ele é o “gás da vida”, sendo um dos responsáveis para que as plantas sobrevivam (realizando fotossíntese), além de causar um “efeito estufa natural” (e um “aquecimento global natural”).
Entretanto, é necessário que se questione o “efeito estufa exagerado” que é ocasionado pela ação das sociedades, com o desflorestamento e as emissões de GEE.
Não podemos falar em “emissão zero de CO²” (até porque os vulcões são um dos principais causadores da emissão deste gás) ou “desmatamento zero” (pois as sociedades sempre desmatarão, em maior ou menor escala). O aquecimento global, o efeito estufa e a emissão de CO² são inevitáveis e essenciais para a existência de vida no planeta Terra (mas devem ocorrer em niveis sustentáveis, que não afetem o “balanço energético do planeta”). Assim como estes fenômenos naturais, o desmatamento é algo inevitável e essencial para o desenvolvimento social (mas deve ocorrer em níveis sustentáveis).
Portanto, o REDD é uma política necessária para que se preserve a biodiversidade das florestas tropicais e para que se contenha o desflorestamento deste bioma. A preservação deste bioma é essencial para que ocorra: a sobrevivência de populações ribeirinhas, para a fotossíntese e a diminuição do excesso de GEE na atmosfera, no conter do “efeito estufa exagerado”, na contenção do “aquecimento global exagerado” (além de seus impactos que são sentidos mais profundamente pelas pessoas de baixa renda ou pobres).
Entretanto, a preservação das florestas tropicais deve ocorrer conjuntamente com a ampliação do reflorestamento de florestas em países desenvolvidos (como as florestas boreais e temperadas, que estão quase extintas). Para que isso ocorra, não é necessário somente “ajustes de gerenciamento governamentais”, mas é necessário questionar profundamente a estrutura da sociedade capitalista. Compreendo que a sustentabilidade e o desenvolvimento sustentável só poderão ser possíveis com mudanças estruturais na sociedade.

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